GLÚTEN FAZ MAL?

GLÚTEN FAZ MAL?

Nos últimos tempos, o glúten tem estado no centro de um acalorado debate nutricional. A proteína presente em cereais como trigo, centeio e aveia dá elasticidade à massa e a faz crescer, mas é também a grande vilã da doença celíaca. Celíacos não conseguem digeri-la, e seu consumo pode causar problemas graves ao trato digestivo. Por outro lado, mesmo sem necessidade médica, muitas pessoas têm adotado uma dieta gluten free, abolindo pão, cerveja, massa e produtos que contenham essa proteína. Quem adota a dieta costuma salientar, além dos benefícios para a saúde, uma considerável perda de peso e aumento da disposição. A tendência, no entanto, é vista com certa cautela pelos especialistas. O cultivo de cereais, afinal, foi o grande propulsor da agricultura desde 12 mil a.C., e o pão é consumido há milhares de anos. Sobre as vantagens e desvantagens do glúten, Casa e Comida conversou como gastroenterologista André Zonetti de Arruda Leite, especialista do Hospital das Clínicas.

Há uma crescente rejeição ao glúten. Ele é apontado como vetor de vários problemas de saúde. Glúten faz mal?
Mal não faz. O que existe é um certo modismo. Uma dieta sem glúten não é mais saudável e pode até provocar carências associadas à restrição de certos alimentos. No entanto, é verdade que alimentos com glúten, especialmente o trigo, são ricos em frutano, um açúcar pouco digerido, fermentado pelas bactérias do intestino. O frutano pode produzir mais gases e muitas vezes estar associado a sintomas como o do intestino irritável, fato que confunde médico e paciente.

De tempos em tempos, uma nova dieta ganha popularidade. Como o senhor vê a dieta antiglúten adotada por não celíacos?
Além do modismo, os alimentos sem glúten, por serem mais caros, têm maior apelo comercial. Acredita-se que 1% da população mundial seja celíaca, mas apenas 10% desses pacientes têm conhecimento sobre a doença. A hipersensibilidade ao glúten [de origem] não-celíaca e a alergia ao trigo são mais raras, atingem cerca de 0,1%. No entanto, cerca de 5% da população
mundial faz restrição de glúten. A grande maioria, sem necessidade.

Quando é preciso eliminar o gluten da dieta?
A restrição deve ser feita assim que o diagnóstico de doença celíaca for feito, mas é importante concluir a investigação antes da retirada do glúten. O diagnóstico é feito através dos marcadores sorológicos (antitransglutaminase ou antiendomísio) e de biópsia da 2ª porção do duodeno. Pacientes com doença celíaca não podem ingerir nenhum alimento que contenha trigo, cevada, centeio e aveia.

Existem graus menos agressivos da doença, como alergia ou intolerância ao glúten, mas que não podem ser chamados de doença celíaca?
Doença celíaca só tem uma. Existem outras desordens relacionadas ao glúten/trigo como alergia e sensibilidade, mas são bem raras.

Depois de um tempo sem consumir glúten, é possível criar “resistência” ou tornar-se mais sensível a ele?
Não, mas é importante definer o diagnóstico corretamente antes da restrição do glúten. E, uma vez feito o diagnóstico, a restrição deve ser mantida por toda a vida.
Fonte: http://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Comida/Reportagens/Comida/noticia/2016/04/gluten-faz-mal.html

 

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