Dietas restritivas: não faça isso com seu corpo!       

     Você certamente já ouviu falar em dietas que restringem radicalmente as quantidades de calorias, certo?

Bem, elas até podem funcionar num curto período de tempo, mas tornam-se insustentáveis à longo prazo porque nosso corpo e sobretudo, nossa mente, não foram criados para esse propósito.

Se você entender as alterações que ela causa no seu corpo, você verá razões comprovadas cientificamente para não fazer uma dieta restritiva!

• O estresse do cérebro diante da fome criada por uma dieta caloricamente restritiva pode provocar desequilíbrio de humor e aumentar fatores como ansiedade, irritabilidade ou até mesmo desencadear processos patológicos como a depressão¹. Comer deve ser um ato prazeroso! Quando não há associação do prazer com o que você come, os níveis de dopamina (hormônio da “felicidade”) são diminuídos. Consequentemente, isso faz com que você queira recorrer à alimentos com muito açúcar e/ou gordura, que liberam hormônios de bem-estar momentaneamente, e por isso é tão difícil manter uma dieta altamente restritiva.

• Quando submetido a esse tipo de dieta, o cérebro tende a aumentar o apetite do indivíduo, diminuir seu metabolismo e aumentar cada vez mais a obsessão por alimento, justamente para que a pessoa se alimente e não corra risco de perder gordura¹. Sendo assim, essa estratégia apenas atrapalha o processo de emagrecimento.

• Transtornos alimentares como a compulsão alimentar, por exemplo, podem ser impulsionados por estas restrições severas, que fazem com que nosso cérebro deseje comer de forma compulsiva e sem percepção dos sentidos de fome e saciedade¹. Este mecanismo regulatório de saciedade e fome é a chave de uma vida harmoniosa com a comida. Os indivíduos precisam perceber seus sentidos e respeitá-los: comer quando sentirem fome e parar de comer quando sentirem-se saciados².

• As oscilações de peso contribuem para que os indivíduos ganhem mais peso do que possuíam antes de iniciar uma dieta restritiva. Em uma revisão da literatura, afirmou-se que as pessoas que persistem em dietas de poucas calorias perdem grandes quantidades de peso. Contudo, a maioria destes indivíduos, recuperam o peso dentro de um curto período de tempo. Muitos deles, reiniciam, então, o processo de dieta restritiva, recomeçando o ciclo².

• Os ciclos de perda e recuperação de peso têm mostrado o poder de aumentar os riscos à saúde e podem estar relacionados ao desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis².

Sendo assim, qual a forma mais saudável e duradoura para perder peso?

A reeducação alimentar é a melhor opção. Perder peso é consequência de uma saúde equilibrada e é importante ter ciência de que muitas vezes precisamos mudar alguns hábitos para melhorar nossa saúde¹. Essa mudança não é algo fácil, pois hábitos são atitudes que estamos acostumados a fazer. Mas comece aos poucos, repetidamente e não desista de incorporar hábitos saudáveis no seu cotidiano.

A dica é dar preferência para alimentos naturais, limitar o consumo dos alimentos industrializados e manter hábitos saudáveis ao longo da vida¹.

Se você conseguir colocar em prática essas mudanças, você possui grandes chances de obter resultados positivos e duradouros sem a necessidade de dietas restritivas e sem risco à sua saúde.

Nutricionista Ana Carolina Santos CRN10 6151

Referências Bibliográficas:

1. DERAM, Sophie. O peso das dietas: emagreça de forma sustentável dizendo não às dietas! As dietas da nutrição e as dietas restritivas.-1.ed.-São Paulo: Sensus, 2014. pp.85-94.

2. BERNARDI, Fabiana; CICHELERO, Cristiane e VITOLO, Márcia Regina. Comportamento de restrição alimentar e obesidade. Nutr. 2005, vol.18, n.1, pp.85-93.